6 passos para uma ordenha correta e fim da mastite

O correto manejo de ordenha é um dos principais fatores de controle e prevenção da mastite, além de ser capaz de garantir um leite de qualidade e reduzir o volume de leite residual

6 passos para um ordenha correta e fim da mastite   Artigos VetProfissional


O correto manejo de ordenha se constitui em um dos principais fatores de controle e prevenção da mastite. Uma boa ordenha é capaz de garantir um leite de qualidade e reduzir o volume de leite residual. Além disso, o manejo de ordenha reduz a possibilidade de contaminação dos tetos por meio da boa higiene das mãos dos ordenhadores. Deve-se utilizar toalhas de papel para a secagem e aplicação pré-dipping e pós-dipping para desinfecção dos tetos.

6 principais pontos de uma ordenha   Artigos VetProfissional   6 Principais pontos na rotina de ordenha diária


1º - Higiene das mãos


O ordenhador deve lavar a mão com água e sabão, fazer a desinfecção com solução desinfetante a base de iodo, cloro ou clorexidina. É recomendado o uso de luvas de látex ou vinil durante os procedimentos de ordenha, pois essa é, também, uma proteção para as próprias mãos do ordenhador.

2º - Teste da caneca de fundo escuro


É fundamental a retirada dos primeiros quatro jatos de leite em uma caneca telada de fundo preto para o diagnóstico da mastite clínica. O teste da caneca de fundo escuro também auxilia como estímulo para o reflexo de ejeção do leite. Após a avaliação do material coletado é necessário retirar o leite que apresentou maior carga e contaminação bacteriana. Esse manejo deve sempre preceder o pré-dipping.

3º - Pré-dipping e secagem dos tetos


A lavagem dos tetos com água corrente só deve ser realizada em casos de tetos visualmente sujos com esterco ou barro. Utilizar uma mangueira com água de baixa pressão para evitar respingos e lavar somente os tetos, evitando as partes altas do úbere já que não entram em contato com as mãos do ordenhador ou com as teteiras. Muita água no ambiente de ordenha não é recomendável.

O pré-dipping, por sua vez, é o mergulho dos tetos em solução desinfetante, antes da colocação das teteiras. Seu objetivo é evitar novas infecções mamárias. Esse procedimento apresenta bons resultados na prevenção contra infecções causadas por patógenos ambientais. A solução aplicada no pré-dipping, por fim, é feita a base de iodo, clorexidina ou cloro. A ação do desinfetante requer que se aguarde 30 segundos.

Após esse período, secar os tetos com toalha descartável para evitar a contaminação entre o desinfetante e o leite, bem como o deslizamento das teteiras. A desinfecção dos tetos antes da ordenha é fundamental para o controle da mastite e melhoria na qualidade do leite.

4º - Ordenha completa e rápida


A realização da ordenha deve ser completa e rápida. A colocação das teteiras deve ser realizada um minuto após o teste da caneca de fundo escuro, a fim de otimizar a ação da ocitocina favorecendo o reflexo de ejeção do leite. O ordenhador também deve atentar para o ajuste correto das teteiras, evitando o deslizamento das mesmas e a entrada de ar, pois isso permite a flutuação de vácuo no sistema. Essa flutuação de vácuo causa lesões nos tetos dos animais. A queda das teteiras durante a ordenha pode promover o fluxo inverso do leite e levar sujidades para a glândula mamária.

5º - Retirada das teteiras para evitar sobreordenha


Após a completa extração do leite, deve-se proceder à retirada das teteiras ao término da ordenha para se evitar, ao máximo, a sobreordenha. A presença de vácuo no momento em que o leite já foi todo retirado pode também causar lesões nos tetos, predispondo-os ao aparecimento da mastite. Por isso, a retirada do conjunto ainda com vácuo deve ser evitada. O ordenhador deve fechar o registro antes de retirar as teteiras, desse modo, evita-se a permanência de vácuo no equipamento.

O ato de pressionar as teteiras para baixo após a ordenha, hábito bastante comum nas fazendas, também pode causar lesões nos tetos e deve ser evitado. Após retirar as teteiras é preciso fazer a secagem dos tetos utilizando papel toalha descartável. Deve-se utilizar toalhas individuais para cada vaca a fim de reduzir a transmissão de patógenos de uma vaca para outra.

6º - Pós-dipping


Após retirar as teteiras deve-se realizar um procedimento fundamental: o pós-dipping. Esse procedimento constitui-se em uma das medidas preventivas mais importantes no controle da mastite. O pós-dipping é o ato de imersão dos tetos em uma solução desinfetante para eliminar os microrganismos que se encontram no teto, adquiridos durante o procedimento de ordenha. O ideal é utilizar canecas sem retorno ao realizar esse procedimento. Dessa forma, evita-se a contaminação da solução.


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