O exame minucioso da carcaça permite a obtenção de informações importantes para do diagnóstico post-mortem. E a cabeça faz parte da carcaça, por isso deve ser analisada com muito cuidado e atenção.
“Para fazer a osteotomia da região cranial é necessário rebater os músculos que envolvem o crânio”, explica João Paulo Machado, Médico Veterinário e Professor do VET Profissional, que é Doutor em Medicina Veterinária. Deve-se utilizar uma pinça e uma faca para fazer a dissecação dos músculos e do tecido conjuntivo presentes na região.
A extensão das incisões para abertura do crânio depende da idade do animal e da raça. Por exemplo, animais braquicefálicos possuem o focinho mais chato e o cérebro ocupa maior espaço dentro do crânio. Nesta hora, o ideal é que o médico use o bom senso.
Para remoção do cérebro, três cortes principais devem ser feitos no crânio:
1° Corte longitudinal na lateral direita.
2° Core longitudinal na lateral esquerda.
3° Corte transversal na região supraorbital.
Ilustração - Linhas de incisão óssea para abertura do crânio. Vista da região posterior da caixa craniana.
Os cortes longitudinais devem encontrar a região interna dos côndilos e acessar o forame magno. Os cortes não devem ser feitos em cima dos côndilos, pois, desse modo não será possível remover o osso.
Uma questão comum neste procedimento é: até quando devo serrar o crânio?
A resposta é: até você parar de ouvir o barulho feito pela serra em contato com o osso, pois, desse modo, você já alcançou o forame magno.
Durante a abertura do crânio observe a presença de suturas ósseas que ocasionam a formação de meningoceles.
Observe a face interna da calota craniana e verifique:
• Quantidade e coloração do líquido cefalorraquidiano (translúcido). Quando o líquido estiver opaco ou com volume aumentado indica quadros de meningite.
• Lesões hemorrágicas que podem ser ocasionadas por traumas.
• Infiltração neoplásica: osteossarcomas que afetam os ossos do crânio, ao se desenvolver, são capazes de comprimir o parênquima encefálico.
• Presença de infiltrados inflamatórios.
Observe o cérebro, cerebelo e região inicial do tronco encefálico. Para remover essas estruturas em conjunto, utilize uma pinça e corte a região frontal iniciando pelo nervo óptico.
Em seguida, corte as regiões onde a Dura-Máter se fixa na calota craniana, fazendo a separação, cortando o mais rente possível à calota.
Aprenda mais sobre esse assunto na área Anatomia Patológica – Técnica de Necropsia do VET Profissional, com o Prof. Dr. João Paulo Machado, Doutor em Medicina Veterinária – Patologia Animal pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). O VET Profissional é a plataforma de aperfeiçoamento mais completa para Médicos Veterinários e estudantes de Veterinária, com milhares de vídeos para aprender rápido e salvar mais vidas. Tenha acesso ilimitado a centenas de aulas práticas, cursos on-line, casos clínicos e casos cirúrgicos na palma da sua mão!