O Médico Veterinário, ao iniciar o exame específico da boca de cães, deve atentar-se primeiramente para a área externa que envolve a cabeça: a musculatura responsável pelos movimentos mastigatórios e os lábios do animal, a fim de verificar a presença de lesões ulcerativas, lesões erosivas e algum tipo de massa nessa região. Em seguida, o Médico Veterinário deve palpar toda a região perilabial e a musculatura que participa dos movimentos mastigatórios, principalmente os masseteres.
I- Interior da boca
Inicie o trabalho observando bem a gengiva. Para isso, levante a bochecha do cão para verifique se há presença de alguma alteração, como úlceras ou pólipos. É o momento oportuno para fazer inspeção nos dentes do animal, visando localizar doenças periodontais e a ocorrência de tártaro.
II- Bochechas
Faz-se também a palpação interna da região das bochechas com o objetivo de verificar se há presença de nodulações e perceber a sensibilidade do animal. Esse procedimento deve ser feito tanto do lado direito, quanto do lado esquerdo da boca do cão.
III- Cavidade oral
A próxima etapa consiste em abrir a cavidade oral para observar a língua, a face interna dos dentes e o palato duro e início do palato mole. O exame da cavidade interna utiliza duas técnicas para abrir a boca do cão:
• 1ª técnica
Posicionar o indicador e o polegar de ambas as mãos atrás dos dentes caninos respectivamente do maxilar e mandíbula do cão, fazendo uma leve pressão para abertura da boca que permitirá a realização do exame.
• 2ª técnica
Realizada apenas com uma das mãos, utilizada quando o Médico Veterinário precisa palpar ou segurar uma lanterna para ter melhor visualização da cavidade bucal, principalmente em cães de pequeno porte. Deve-se utilizar o polegar e o indicador juntos posicionados atrás dos caninos inferior e superior e abri-los, em seguida, para expandir a boca do cão. Essa técnica permite que o Veterinário fique com uma das mãos livre para fazer a inspeção, quando necessário, apalpar as estruturas presentes na cavidade oral do animal e fazer a coleta de material.
IV- Faringes e Tonsilas
Caso haja necessidade de exame mais minucioso na faringe e tonsilas, é necessário que o animal esteja sedado ou até mesmo anestesiado para que o médico possa melhorar a amplitude de abertura da boca.
Durante o exame da cavidade oral, o Médico Veterinário deve atentar para o comportamento do animal, se é dócil, tranquilo ou agressivo. Nesse último caso, podem ser utilizadas gazes para auxiliar a abertura da boca e, ainda, solicitar a ajuda do proprietário durante o exame.
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