Problema cardíaco no animalzinho? Quais os cuidados ao realizar a auscultação?

Muitos veterinários inexperientes podem confundir alterações do sistema cardiovascular com alterações do sistema respiratório. Por isso, durante o processo de observação visual, o médico deve atentar para o comportamento do cão: se apresenta fadiga, tosse, alterações na frequência e ritmo respiratório, ou seja, alterações relacionadas ao sistema cardiovascular.

“Tanto em felinos quanto em cães, deve-se observar o ritmo respiratório desses animais classificado como costoabdominal”, explica Waleska Dantas, Médica Veterinária e Professora do VET Profissional, que é Doutora em Patologia Clínica Animal. Verificar a ocorrência de dispneia (dificuldade respiratória) e taquipneia (aumento da frequência respiratória).

A auscultação é o principal exame clínico a ser feito em pacientes com suspeita de cardiopatias. Trata-se de um exame importante para avaliar a presença ou ausência de sons anormais no coração. Por meio da auscultação o Médico Veterinário avalia a frequência e o ritmo cardíaco. Além disso, é fundamental que o médico faça a auscultação em pontos pulmonares, pois, muitas vezes, alterações no coração levam a acúmulos de líquido dentro do pulmão.

Frequência cardíaca normal

O médico também deve observar a intensidade dos batimentos cardíacos.

• Hiperfonese: batimentos fortes que podem estar presentes em taquicardias e em animais com hipertensão.

• Hipofonese: batimentos fracos que podem estar presentes em animais obesos e em animais com enfisema pulmonar.

Quanto ao ritmo cardíaco, é preciso observar que:

• Normal: lup dup – regular.

• Arritmia sinusal: lentidão e aceleração cíclica na frequência sinusal, em geral associada à respiração. A arritmia sinusal é um achado normal ao se fazer a auscultação em cães e gatos.

• Sopro: turbulência durante o ciclo cardíaco ou refluxo que pode ocorrer devido à presença de alterações nas válvulas cardíacas. O sopro pode ser classificado em graus que variam de 1 a 6. O grau 1 classifica sopros quase inaudíveis durante a auscultação, já o grau 6 refere-se a sopros extremamente evidentes e fáceis de ser identificados pelo médico.

A auscultação em cães deve ser feita em decúbito lateral ou com o animal em estação; já em felinos, deve-se deixá-los em posição confortável para que respirem com tranquilidade. O médico deve atentar para o fato de que a maioria dos animais cardiopatas manifestam problemas respiratórios.

O processo de auscultação é um dos mais importantes para avaliar alterações cardíacas, por isso o médico deve ser minucioso e buscar identificar em cada um dos pontos a presença de sopro, arritmias e irregularidades ao ouvir o coração. Lembra-se também de, ao final, auscultar o pulmão procurando por alterações como líquidos que podem indicar problemas no coração.

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