Retenção de placenta em bovinos: quais os cuidados necessários?

A retenção de placenta, apesar de ter uma baixa mortalidade, fornece predisposição para outras enfermidades, o que faz com que os índices reprodutivos sejam comprometidos por longos períodos

Retenção de placenta em bovinos: quais os cuidados necessários?

A retenção de placenta é a não expulsão da placenta dentro do período de 12 horas após o parto. Em algumas literaturas consta que esse período pode ser de 24 horas, mas, como é difícil saber com exatidão a hora em que o parto ocorreu, o comum é considerar um caso de retenção de placenta se a expulsão não tiver ocorrido até o dia seguinte.

Para expelir a placenta, o corpo de animal utiliza os movimentos uterinos e o bom funcionamento do sistema imune que vai reconhecer as estruturas placentárias como um corpo estranho e eliminá-lo”, explica Pedro Henrique de Araújo Carvalho, Médico Veterinário e Professor do VET Profissional, que é Mestre em Zootecnia - Nutrição Animal.

Dessa forma, casos de retenção de placenta podem estar relacionados com o enfraquecimento da imunidade do animal, sobretudo pelo fato de o parto ser desencadeado pela concentração plasmática de cortisol, o qual age como um inibidor da ação do sistema imune.

Os abortos têm altíssimas taxas de retenção de placenta. Aqueles que ocorrem próximos aos 150 dias, têm probabilidade de retenção de placenta em até 15%, mas se acontecem no terço final, próximo de 230 ou 250 dias, há um aumento na probabilidade de retenção de placenta de até 50%, o que vai ocasionar problemas sérios para o animal.

O diagnóstico da retenção de placenta é simples, pois é fácil perceber que a vaca não expulsou os anexos fetais. Entretanto, essa facilidade, muitas vezes, leva ao tratamento errado, culminando em outras afecções do trato reprodutivo.


Dentre os tratamentos relacionados, tem-se:

Antibioticoterapia por via sistêmica – altamente efetiva, de baixo custo e de eficiente prevenção contra a metrite puerperal aguda, que é a principal consequência da retenção de placenta.

Antibioticoterapia intrauterina – que tem que ser feito com muita cautela, pois o útero está altamente friável após o parto.

Hidratação – sendo a principal forma a hidratação enteral, que é simples, barata e eficiente para auxiliar o animal a ter condições de se recuperar.

Administração de hormônios – três hormônios são muito utilizados para a expulsão da placenta: prostaglandina f2 alpha, estrógeno e ocitocina. A literatura diverge sobre a eficácia desse tratamento.

É muito comum observar produtores que têm por ímpeto realizar a remoção manual da placenta retida, o que é um problema enorme uma vez que a tração pode causar sérios danos no trato reprodutivo, aumentando ainda mais a predisposição para a metrite puerperal aguda.


Aprenda mais sobre esse assunto na área Clínica Médica de Bovinos do VET Profissional, com o Prof. Dr. Paolo Vivenza, Mestre e Doutor em Nutrição e Produção Animal pela Escola de Veterinária da UFMG, e com o Prof. Dr. Pedro Henrique de Araújo Carvalho, Mestre em Zootecnia - Nutrição Animal pela mesma universidade, e Doutorando em Nutrição de Ruminantes também pela UFMG. O VET Profissional é a plataforma de aperfeiçoamento mais completa para Médicos Veterinários e estudantes de Veterinária, com milhares de vídeos para aprender rápido e salvar mais vidas. Tenha acesso ilimitado a centenas de aulas práticas, cursos online, casos clínicos e casos cirúrgicos na palma da sua mão!

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