Entre as doenças que ocorrem na avicultura, existem aquelas que acometem apenas alguns animais, e outras que, por serem altamente contagiosas, obrigam o produtor a descartar toda a sua criação. Nesse contexto, a salmonelose, que consiste em um complexo de doenças bacterianas, destaca-se por causar problemas sanitários tanto à avicultura quanto aos seres humanos.
“O gênero Salmonella é composto por inúmeras espécies, havendo grupos que causam grandes problemas sanitários na avicultura e outros que causam importantes doenças nos seres humanos”, explica Marcelo Dias da Silva, Médico Veterinário e Professor do VET Profissional, que é Mestre em Agroquímica e Doutor em Zootecnia.
Existem três grandes grupos de doenças associadas à salmonela, sendo duas delas de grande prejuízo para a avicultura:
• Tifo, causada por Salmonella gallinarum.
• Pulorose, causada por Salmonella pullorum.
• Paratifo, causada por Salmonella spp. (as principais são Salmonella enteritidis e Salmonella typhimurium).
O paratifo engloba diversas espécies de Salmonella que, normalmente, não causam problemas para as aves, mas adoecem os seres humanos quando estes consomem carne de frango e ovos contaminados, tornando uma preocupação constante para órgãos como Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
O tifo e a pulorose, por sua vez, não causam danos aos serem humanos, mas atacam as aves e podem causar enormes prejuízos à avicultura, sendo fatores de atenção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
A pulorose é uma doença causada pela Salmonella pullorum que afeta exclusivamente aves, principalmente as jovens, desencadeando a chamada diarreia branca bacilar. É uma doença de alta mortalidade, que chega a afetar 90% do plantel quando acontece.
Quando a infecção ocorre em aves adultas, as que sobrevivem se tornam portadoras crônicas. Assim, quando um lote é afetado e 90% dele morre, o ideal é descartar todo o restante que sobreviveu para não haver riscos de infectar os novos animais adquiridos, principalmente no caso de matrizeiros.
O tifo aviário, causado pela Salmonella gallinarum, ao contrário da pulorose, afeta mais aves adultas do que pintinhos. Também é um bacilo imóvel sem flagelo, de ataque exclusivo em aves, mas que causa diarreia amarela-esverdiada, queda de postura, prostração, inapetência e mortalidade variada.
A morbimortalidade do tifo aviário vai de 40% a 80% do lote, se estendendo por até 6 dias até o óbito. Acredita-se, por constatação, que, embora não exista ainda uma explicação científica para isso, aves mais leves, como as poedeiras de gaiolas, sejam mais resistentes a essa doença. Outra constatação é que quanto maior o tempo que se demora para remover do galpão ou da gaiola uma ave morta pela doença, maior o número de animais infectados. Por isso, em casos de suspeitas de tifo aviário, é preciso vistoriar o lote constantemente e retirar os animais mortos o mais rápido possível.
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