Vacas em lactação: quais são os teores de proteína que devem ser utilizados nas dietas desses animais?

As proteínas são macromoléculas relacionadas com diversas funções dentro do organismo dos ruminantes. Elas estão presentes nos alimentos em diferentes formas e quantidades

Vacas em lactação: quais são os teores de proteína que devem ser utilizados nas dietas desses animais?

A correta formulação da dieta associando proteínas aos demais ingredientes podem otimizar a produção de leite. A formulação de dietas para vacas em lactação deve considerar todos os fatores relacionados ao metabolismo de proteína no ruminante.

A partir da determinação do consumo de matéria seca poderá ser determinado o teor de proteína bruta (PB) correta, expresso em porcentagem”, explica Pedro Henrique de Araújo Carvalho, Médico Veterinário e professor do VET Profissional, que é Mestre em Zootecnia.

Nas fases iniciais de lactação, os teores de PB precisam ser maiores devido a:

1. Redução no consumo de matéria seca.
2. Mobilização de tecidos corporais, especialmente gordura.


O teor de PB vai diminuindo com o passar da lactação e a partir do terço médio o animal irá restabelecer o consumo e haverá a diminuição do balanço energético negativo (restabelecimento da homeostase).

As vacas possuem exigências em proteína metabolizável, sendo necessário assim equacionar as frações.

Cerca de 90% de proteína microbiana produzida no rúmen é bem aproveitada devido ao bom perfil de aminoácidos ali existentes. As conversões entre as frações proteicas podem ser feitas baseadas no consumo, quantidade de NDT (Nutrientes Digestíveis Totais) e de proteína microbiana produzida.

Na maioria das vezes o teor de proteína vai ser mensurado em PB, que, para vacas em lactação, estará entre 14,5% a 16,5% da dieta total.

A maior parte da proteína será aproveitada como PDR. Do total de 15,5% a 16,5%, 60% a 70% será aproveitado no rúmen, o que vai proporcionar um teor de PDR de aproximadamente 10% a 11% do total de matéria seca ingerida pelo animal ao longo do dia. O restante (entre 30% a 40%) será utilizado na forma de PNDR.

Alguns programas de formulação de ração já trazem um fracionamento maior da proteína, não apenas como PDR ou PNDR, mas em função da taxa de degradação. Essa classificação pode ser feita como fração A, B, B1, B2, B3 e C.


Veja:

Fração A: rapidamente degradável, especialmente nitrogênio não proteico.
Fração C: não degradável no rúmen e não utilizada pelo animal, por estar complexada com outras substâncias como nitrogênio indigestível em detergente ácido ou parte da proteína proveniente da reação de Maillard.
Fração B3: caso tenha uma taxa de passagem maior pode não ser aproveitada.

Considerando todos esses fatores, a formulação de dieta para vacas em lactação, em relação ao teor de proteína, será baseada no teor de PB, de PDR, de PNDR e em algumas situações mais especificas no teor de aminoácidos limitantes.


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