Tetraciclinas na medicina veterinária: quais são as características desse fármaco?

Antibiótico de amplo espectro, utilizado tanto na medicina humana quanto na medicina veterinária, a tetraciclina também age sobre alguns protozoários e fungos

Tetraciclinas na medicina veterinária: quais são as características desse fármaco?

As tetraciclinas são antibacterianos produzidos por diversas espécies de Streptomyces, possuindo quatro anéis cíclicos. Podem ser sintéticas ou semissintéticas, com a administração sendo realizada via oral e parenteral.

Quando administradas em animais jovens, ou junto com complexos vitamínicos, catárticos e antiácidos, podem formar quelatos insolúveis com ferro, cálcio, magnésio e zinco”, explica Waleska de Melo Ferreira Dantas, Médica Veterinária e Professora do VET Profissional, que é Mestre em Medicina Veterinária e Doutora em Patologia Clínica Animal.

As tetraciclinas impedem a síntese proteica, se ligando aos ribossomos com o seguinte mecanismo de ação:

Tetraciclinas ligam-se à subunidade 30S (reversivelmente) → impedem que o RNA transportador (RNAt) se fixe ao ribossomo → impedem a replicação e crescimento da bactéria.

Sendo assim, as tetraciclinas se mostram como bacteriostáticas, pois impedem que ocorra a replicação da bactéria, não causando a sua morte de forma direta.

Indicações de uso das tetraciclinas:

• São ativas contra gram-positivas e negativas aeróbias → amplo espectro de ação.
• Agem sobre alguns protozoários e fungos.

A resistência bacteriana às tetraciclinas ocorre devido à formação de plasmídeos que incorporam genes, produzindo as enzimas fosfostransferase, acetiltransferase e adeniltransferase. Consequentemente, ativa-se todo o processo de síntese proteica para formação do DNA da bactéria. Exemplo: Escherichia coli.

Efeitos adversos que os antimicrobianos do grupo das tetraciclinas podem causar nos pacientes:

• Provocam irritação tecidual (aplicações via intramuscular) e manifestações gastrointestinais, como náusea, vômito e diarreia.
• Causam distúrbios na microbiota intestinal, mesmo na aplicação parenteral.
• Devido à capacidade de se ligar ao cálcio e formar quelatos, podem provocar:
» Efeitos cardiovasculares (arritmias).
» Deposição em ossos e dentes (não recomendado em animais jovens e em crescimento ou fêmeas prenhes).
» Atravessam a barreira placentária, levando a malformação fetal.
» Toxicidade hepática e renal.


Aprenda mais sobre esse assunto na área Farmacologia Veterinária Aplicada do VET Profissional, com a Prof.ª Dr.ª Waleska de Melo Ferreira Dantas, Doutora em Patologia Clínica Animal pela Universidade Federal de Viçosa e Mestre em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Viçosa. O VET Profissional é a plataforma de aperfeiçoamento mais completa para Médicos Veterinários e estudantes de Veterinária, com milhares de vídeos para aprender rápido e salvar mais vidas. Tenha acesso ilimitado a centenas de aulas práticas, cursos on-line, casos clínicos e casos cirúrgicos na palma da sua mão!

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