Veterinário: dicas para identificar a Micoplasmose em galinhas

A micoplasmose é uma doença silenciosa. A bactéria se instala lentamente pelo plantel causando queda na resistência das aves

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Nos anos de 1980, o Brasil passou por um grave problema na avicultura, quando foram constatados lotes de aves com problemas de doença crônica respiratória – DCR. Ao se investigar a causa dessa situação, descobriu-se que a micoplasmose era a doença responsável pelo quadro clínico de inúmeras aves.

“A micoplasmose é uma doença silenciosa. A bactéria se instala lentamente pelo plantel causando queda na resistência das aves. Muitas vezes, o produtor só irá perceber a presença da bactéria quando o lote de frangos de corte já está próximo à data de abate”, afirma Marcelo Dias da Silva, Médico Veterinário e professor do VET Profissional, que é Doutor em Zootecnia.

Os sintomas mais comuns da doença ocorrem no início da noite ou no final da tarde. São eles: irritação no epitélio respiratório, tosses e espirros. Dentre as bactérias causadoras da micoplasmose, há aquelas que atacam especificamente a criação industrial de perus. Outras são mais comuns no frango doméstico.

-> Características da doença

- Bactérias: Mycoplasma gallisepticum (MG), M. synoviae (MS), M. meleagridis (MM) e M. iowae (MI) são considerados os principais agentes patogênicos para galinhas e perus.
- Causam doenças respiratórias e articulares.
- Apresentam distribuição mundial.
- Mais frequente em aves do sistema industrial.

-> Infecções
Nem todas as bactérias do gênero Mycoplasma são patogênicas. As espécies específicas que acometem as aves são:

- Mycoplasma gallisepticum (MG): causa doença respiratória crônica (DCR) em galinhas e perus. Entre seus sintomas observa-se a dificuldade respiratória, secreção nasal, edema na face, queda de produção. Havendo complicação, a infecção favorece a contaminação secundária ocasionando pneumonia fibrinosa, pericardite, perihepatite e depósito caseoso nos sacos aéreos.
- M. synoviae (MS): sintomas articulares e respiratórios – pode estar associada ou não a outros patógenos, a exemplo do E. coli e M. gallisepticum, agravando, assim, o quadro do paciente.
- M. meleagridis (MM): aerosaculite em perus. Quando MM se associa ao M. iowae (MI), causa morte embrionária em perus.

Os relatos de maior ocorrência no país são da ocorrência da bactéria Mycoplasma gallisepticum (MG) e, em segundo lugar, Mycoplasma synoviae (MS).

A micoplasmose é denominada uma doença imunossupressora. Há estudos que relatam a ocorrência da associação de MG com MS ou de MG associada à E. coli.

-> Transmissão

- Transmissão vertical (da matriz para a prole), e em aerossol, pelo contato direto com vetores.
- Transmissão por meio de aves portadoras das bactérias que permanecem no trato respiratório.

-> Epidemiologia

Os reservatórios naturais do MG e do MS são as membranas mucosas do trato respiratório superior e do trato genital (com menor frequência) de galinhas e perus.

Os habitats naturais do MM são as membranas mucosas do trato genital (cloaca e ovidutos) e respiratório dos perus; já do MI são as mucosas do trato intestinal e genital dos perus, podendo ocorrer, também, nas galinhas.


Aprenda mais sobre esse assunto na área Aves Domésticas – Produção e Principais Doenças do VET Profissional, com o Prof. Dr. Marcelo Dias da Silva, Doutor em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa e Mestre em Agroquímica também pela Universidade Federal de Viçosa. O VET Profissional é a plataforma de aperfeiçoamento mais completa para Médicos Veterinários e estudantes de Veterinária, com milhares de vídeos para aprender rápido e salvar mais vidas. Tenha acesso ilimitado a centenas de aulas práticas, cursos online, casos clínicos e casos cirúrgicos na palma da sua mão!

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